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Guia Completo

Papanicolau e Colposcopia: Seu Guia Completo sobre Indicações, Achados e Próximos Passos

Por ResumeAi Concursos
Colo uterino com destaque no ectocérvice e zoom em células normais e displásicas. Achados de Papanicolau e Colposcopia.

Navegar pelo universo dos exames ginecológicos pode parecer complexo, mas entender o papel do Papanicolau e da colposcopia é um passo fundamental para o autocuidado e a prevenção do câncer de colo do útero. Este guia completo foi elaborado por nossa equipe editorial para desmistificar esses procedimentos, desde a indicação e preparo até a interpretação dos resultados e os próximos passos, capacitando você com conhecimento claro para proteger sua saúde cervical.

Papanicolau e Colposcopia: Seus Aliados Essenciais na Saúde da Mulher

No universo da saúde feminina, a prevenção e o diagnóstico precoce são palavras de ordem, especialmente quando se trata do câncer de colo do útero. Dois exames se destacam como ferramentas cruciais nessa jornada de cuidado: o Papanicolau (ou colpocitologia oncótica) e a Colposcopia. Embora frequentemente mencionados juntos, eles possuem papéis distintos, mas complementares.

Desvendando a Colpocitologia (Papanicolau): Seu Escudo Protetor

O exame de Papanicolau é um verdadeiro guardião da saúde do colo do útero. Trata-se de um método de rastreamento fundamental, cujo principal objetivo é detectar precocemente alterações nas células do colo do útero que possam indicar a presença de câncer cervical ou lesões precursoras, antes mesmo que qualquer sintoma apareça. É indicado para mulheres entre 25 e 64 anos que já iniciaram atividade sexual.

  • Como funciona? Durante o exame ginecológico, o profissional de saúde realiza uma coleta suave de células do colo do útero e do canal cervical com uma pequena espátula e/ou escovinha. Essa amostra é então enviada para análise microscópica em laboratório (citologia), onde se busca por células anormais. Mesmo achados fisiológicos, como os cistos de Naboth (pequenas glândulas bloqueadas, geralmente benignas), não dispensam a coleta da colpocitologia de rotina para rastreamento.

  • O que o Papanicolau NÃO detecta primariamente? É crucial entender que o Papanicolau é específico para o rastreamento do câncer de colo uterino.

    • Não é o exame de escolha para diagnosticar Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) como a sífilis. Para a sífilis, por exemplo, o diagnóstico de lesões primárias (cancro duro) é feito pela visualização da bactéria Treponema pallidum através da microscopia de campo escuro de amostras dessas lesões.
    • Não serve para diagnosticar vulvovaginites (como candidíase ou vaginose bacteriana). Embora a análise citológica possa, ocasionalmente, identificar microrganismos sugestivos, esse não é seu propósito principal.
    • Não avalia a cavidade uterina interna; seu foco é o colo do útero.
  • Preparo para o exame: Para garantir a qualidade da amostra e a precisão do resultado, alguns cuidados são importantes:

    • Não ter relações sexuais (mesmo com camisinha) nas 48 a 72 horas anteriores ao exame.
    • Não usar duchas vaginais, cremes, medicamentos ou lubrificantes vaginais por pelo menos 48 horas antes.
    • Não estar menstruada (o ideal é realizar o exame uma semana após o término da menstruação).
    • Informar ao médico sobre o uso de medicamentos ou se estiver grávida.
    • É importante que o profissional não utilize lubrificantes no espéculo durante a coleta para não interferir na amostra.
    • Caso haja infecções vaginais ou atrofia vaginal, estas devem ser tratadas antes da coleta, se possível.
  • Frequência: As diretrizes para a frequência do Papanicolau podem variar, mas, como exemplo, segundo orientações do Ministério da Saúde do Brasil, deve ser realizado anualmente. Após dois exames anuais consecutivos com resultados normais, o intervalo pode ser estendido para cada três anos, se os resultados permanecerem normais.

  • Limitações: Apesar de sua grande importância, o Papanicolau não é infalível. É um exame de rastreamento e, como tal, possui suas limitações. Em situações onde já existe uma suspeita clínica significativa de lesão invasiva, aguardar o resultado da citologia pode atrasar o diagnóstico.

Colposcopia: Um Olhar Detalhado Quando Necessário

A colposcopia entra em cena quando o Papanicolau apresenta alguma alteração ou quando há outros achados no exame ginecológico que necessitam de uma avaliação mais minuciosa.

  • O que é e quando é indicada? A colposcopia é um exame diagnóstico que permite ao médico visualizar o colo do útero, a vagina e a vulva de forma ampliada e detalhada, utilizando um aparelho chamado colposcópio. Soluções específicas, como ácido acético e lugol, são aplicadas para realçar áreas anormais. Se necessário, biópsias podem ser realizadas para análise histopatológica.

  • Fundamental: Colposcopia NÃO é um exame de rastreamento primário. Ela não substitui o Papanicolau como método de triagem inicial. É um passo seguinte, indicado para investigar alterações detectadas previamente.

Papanicolau e colposcopia são, portanto, parceiros na detecção e manejo das doenças do colo do útero. O Papanicolau atua como um "radar", e a colposcopia funciona como uma "lupa investigativa", esclarecendo a natureza dessas alterações e guiando os próximos passos.

Sinal Verde para o Cuidado: Quando Papanicolau e Colposcopia São Indicados?

Entender quando cada um desses exames é necessário é o primeiro passo para um cuidado consciente e eficaz. Já vimos as indicações gerais e a frequência do Papanicolau. Agora, vamos detalhar as situações que levam ao encaminhamento para a colposcopia.

A colposcopia é um procedimento diagnóstico complementar, indicado principalmente quando o Papanicolau apresenta alterações ou quando há suspeita clínica de lesões no colo do útero, vagina ou vulva. As principais situações incluem:

  1. Resultados Anormais no Papanicolau:

    • Lesão Intraepitelial de Alto Grau (LIEAG ou HSIL): Indicação formal e urgente para colposcopia.
    • Atipias em Células Escamosas, Não se Pode Afastar Lesão de Alto Grau (ASC-H): Requer colposcopia imediata.
    • Atipias em Células Glandulares (AGC): Todas as pacientes devem ser encaminhadas para colposcopia.
    • Suspeita de Câncer Invasor ou Adenocarcinoma "in situ" (AIS): Indicação clara para colposcopia e biópsia.
    • Atipias em Células Escamosas de Significado Indeterminado (ASCUS): Um único resultado de ASCUS não indica colposcopia imediata. A conduta inicial é, geralmente, repetir a citologia. A colposcopia é indicada se houver dois resultados consecutivos de ASCUS ou se a citologia de repetição mostrar uma lesão mais grave.
    • Lesão Intraepitelial de Baixo Grau (LIEBG ou LSIL): Em mulheres acima de 25 anos, a conduta inicial é repetir a citologia em 6 meses. Se a LIEBG persistir na repetição ou evoluir, a colposcopia é indicada. Em mulheres com menos de 25 anos, o manejo é geralmente mais conservador.
  2. Achados no Exame Ginecológico:

    • Presença de lesões suspeitas no colo do útero, vagina ou vulva visualizadas durante o exame especular, mesmo com Papanicolau normal.
  3. Contextos Particulares:

    • Pacientes imunossuprimidas (Ex: HIV positivas, transplantadas): Qualquer alteração citológica pode justificar uma investigação colposcópica mais precoce.
    • Gestantes com Papanicolau alterado: A colposcopia pode ser realizada. O manejo é individualizado.
    • Pacientes pós-histerectomia total por doença benigna: Geralmente, dispensadas do rastreamento. Se a histerectomia foi por lesões HPV-induzidas, o acompanhamento da cúpula vaginal pode ser necessário.
    • Pacientes jovens (<25 anos): O rastreamento antes dos 25 anos geralmente não é recomendado.

O encaminhamento correto para a colposcopia, baseado em critérios bem definidos, é essencial para o diagnóstico preciso e a definição da melhor conduta.

Resultado do Papanicolau em Mãos? Entenda o que Significam ASC-US, LSIL, HSIL e Mais

Receber o resultado do exame de Papanicolau pode gerar ansiedade. Este guia ajuda a compreender os principais achados citológicos, o que eles indicam e quais os próximos passos geralmente recomendados, lembrando que o Sistema Bethesda é a classificação mais utilizada.

  • ASC-US (Células Escamosas Atípicas de Significado Indeterminado):

    • O que significa? Alterações celulares que não são claramente normais, mas insuficientes para diagnosticar lesão pré-cancerosa.
    • Risco associado: Achado atípico mais comum, geralmente não associado a lesões graves.
    • Conduta inicial recomendada: Varia com a idade:
      • Mulheres com 25 anos ou mais: Repetir citologia em 12 meses (ou 6 meses se ≥30 anos).
      • Mulheres com menos de 25 anos: Repetir citologia em 3 anos.
      • ASC-US persistente (dois resultados consecutivos): Encaminhamento para colposcopia.
    • Importante: Tratar infecções ou atrofia antes da repetição da citologia.
  • ASC-H (Células Escamosas Atípicas, Não se Pode Excluir Lesão de Alto Grau):

    • O que significa? Atipias que levantam suspeita de Lesão Intraepitelial de Alto Grau (HSIL).
    • Risco associado: Risco significativo de lesão de alto grau (NIC 2 ou NIC 3) na biópsia.
    • Conduta inicial recomendada: Encaminhamento direto para colposcopia.
  • LSIL (Lesão Intraepitelial Escamosa de Baixo Grau) ou LIEBG:

    • O que significa? Alterações celulares leves, geralmente associadas à infecção pelo HPV (corresponde a NIC 1).
    • Risco associado: Muitas regridem espontaneamente, especialmente em jovens.
    • Conduta inicial recomendada:
      • Mulheres com 25 anos ou mais: Repetir citologia em 6 meses.
      • Adolescentes e mulheres jovens (até 24 anos): Repetir citologia em 12 meses.
      • Persistência de LSIL: Indicação de colposcopia.
  • HSIL (Lesão Intraepitelial Escamosa de Alto Grau) ou LIEAG:

    • O que significa? Alterações celulares mais acentuadas, com maior potencial de progredir para câncer (corresponde a NIC 2, NIC 3 e carcinoma in situ).
    • Risco associado: Risco significativo de confirmação de lesão de alto grau ou câncer invasor inicial.
    • Conduta inicial recomendada: Encaminhamento direto e prioritário para colposcopia com biópsia.
  • AGC (Células Glandulares Atípicas de Significado Indeterminado):

    • O que significa? Alterações em células glandulares (endocérvice ou endométrio).
    • Risco associado: Pode estar associado a pólipos, inflamação, lesões pré-cancerosas ou câncer.
    • Conduta inicial recomendada: Encaminhamento para colposcopia. Avaliação do canal endocervical e, para mulheres com ≥35 anos ou sintomas, avaliação endometrial.
  • AOI (Células Atípicas de Origem Indefinida): Requer investigação abrangente, incluindo colposcopia.

Muitos resultados alterados no Papanicolau levam à indicação de uma colposcopia. Este exame permite visualizar o colo do útero com aumento, identificar áreas anormais e, se necessário, realizar biópsias para um diagnóstico histopatológico definitivo.

Colposcopia Descomplicada: O Exame Passo a Passo e a Interpretação dos Achados Visuais

A colposcopia é um exame visual detalhado do colo do útero, vagina e vulva, fundamental após um Papanicolau anormal ou suspeita de lesões.

O Exame Passo a Passo, de Forma Simples:

  1. Posicionamento: Paciente em posição ginecológica.
  2. Espéculo: Inserção para visualizar o colo do útero.
  3. Primeira Observação: Exame com colposcópio, uso de filtro verde para realçar vasos.
  4. Solução Salina: Limpeza do muco cervical.
  5. Ácido Acético: Aplicação para destacar células anormais (ficam brancas).
  6. Teste de Schiller (Solução de Lugol): Células normais coram de marrom escuro; anormais não coram ou coram fracamente.
  7. Biópsia (se necessário): Coleta de amostras de áreas suspeitas.

A Estrela do Exame: A Junção Escamo-Colunar (JEC) e o Canal Endocervical

Um objetivo primordial é avaliar a Junção Escamo-Colunar (JEC) ou Zona de Transformação (ZT), onde a maioria das lesões precursoras se origina. A visibilidade da JEC (Tipo 1, 2 ou 3) é crucial. Se a JEC não é totalmente visível (ZT tipo 3) ou há achados anormais no canal, a avaliação do canal endocervical é necessária.

Interpretando os Achados Visuais: A Nomenclatura Colposcópica

A terminologia padronizada (IFCPC 2011) classifica os achados em:

  • Achados Colposcópicos Normais: Epitélio escamoso original, colunar, ZT normal, orifícios glandulares, vasos finos regulares, cistos de Naboth, epitélio atrófico.
  • Achados Colposcópicos Anormais:
    • Menores (Grau 1): Sugestivos de LSIL/NIC I. Incluem epitélio acetobranco tênue, pontilhado fino, mosaico fino. Biópsia recomendada.
    • Maiores (Grau 2): Sugestivos de HSIL/NIC II-III. Incluem epitélio acetobranco denso, pontilhado grosseiro, mosaico grosseiro, orifícios glandulares espessados, sinal da crista, margem interna nítida. Biópsia mandatória.
  • Achados Suspeitos de Invasão: Alta probabilidade de câncer invasor. Incluem vasos atípicos, superfície irregular/exofítica/ulcerada, necrose, sangramento fácil. Biópsia urgente.
  • Achados de Miscelânea: Pólipos, condilomas, endometriose cervical, inflamação.

Colposcopia Insatisfatória: Ocorre quando a avaliação adequada da ZT é impedida por fatores como visualização obscurecida. A não visualização completa da JEC (ZT tipo 3) não torna a colposcopia insatisfatória por si só, mas orienta investigação adicional.

Biópsia na Colposcopia: Por Que é Feita e Qual a Importância do Resultado?

Se durante a colposcopia forem identificadas áreas suspeitas, a biópsia dirigida é frequentemente o próximo passo.

Quando a Biópsia se Torna Necessária?

  • Achados Colposcópicos Suspeitos: Áreas sugestivas de HSIL (NIC 2/NIC 3) ou câncer invasor.
  • Investigação de Lesões de Baixo Grau (LSIL ou NIC 1): Se visualizadas alterações na colposcopia, mesmo sugestivas de baixo grau, a biópsia é geralmente realizada para confirmação, embora em mulheres jovens com achados menores, o seguimento possa ser uma opção inicial.
  • Resultados Citológicos de Maior Risco: ASC-H, AGC ou suspeita de malignidade no Papanicolau.
  • ASCUS Persistente: Se houver dois resultados de ASCUS consecutivos ou se a citologia de repetição indicar lesão mais grave, e a colposcopia mostrar alterações.

A biópsia é coletada das áreas mais alteradas, frequentemente na JEC/ZT. O exame histopatológico da amostra:

  1. Confirma o Diagnóstico: Diferencia inflamação, infecção por HPV, NIC 1, NIC 2/NIC 3 ou carcinoma invasor.
  2. Orienta os Próximos Passos: Define a conduta (seguimento para NIC 1, tratamento para NIC 2/NIC 3 ou câncer).
  3. Avalia a Concordância Diagnóstica: Discrepâncias entre citologia, colposcopia e histologia podem requerer investigação adicional.

Biópsia: Um Passo Essencial Antes de Qualquer Tratamento Destrutivo

Nenhum procedimento destrutivo (eletrocauterização, crioterapia) deve ser realizado sem confirmação histopatológica prévia, garantindo um tratamento baseado em diagnóstico preciso.

Diagnóstico Confirmado: E Agora? Condutas, Tratamentos e Acompanhamento Médico

Receber os resultados da colposcopia e biópsia define os próximos passos. A conduta médica é planejada conforme os achados.

1. Interpretando os Resultados da Biópsia e Definindo os Próximos Passos:

  • Biópsia Normal ou NIC 1 (LSIL):

    • Se a citologia inicial era ASCUS ou LSIL e a biópsia confirma NIC 1 ou é normal, a conduta geralmente é seguimento citológico. Para mulheres com mais de 25 anos, a repetição da citologia é em 6 meses (se LSIL na citologia original) ou 12 meses (se ASCUS). Se dois exames citopatológicos subsequentes forem negativos, retorna-se ao rastreamento trienal.
    • É fundamental tratar eventuais infecções ou atrofia genital.
  • Biópsia Confirmando NIC 2 ou NIC 3 (HSIL/LIEAG):

    • Estes achados exigem tratamento para prevenir a progressão para câncer.
    • A visualização completa da Junção Escamocolunar (JEC) durante a colposcopia é crucial. Se a JEC não for visível (colposcopia insatisfatória, comum em zonas de transformação tipo 3), pode ser necessária uma investigação adicional do canal endocervical antes do tratamento.

2. Tratamento das Lesões Cervicais (NIC 2/NIC 3):

  • Procedimentos Excisionais: São os mais comuns.
    • Exérese da Zona de Transformação (EZT), também conhecida como LEEP (Loop Electrosurgical Excision Procedure) ou conização a frio. Remove a área doente do colo do útero.
  • Abordagem "Ver e Tratar": Em situações específicas (citologia de HSIL/LIEAG, achados colposcópicos maiores compatíveis, JEC visível, lesão restrita ao colo), o procedimento excisional pode ser realizado na mesma consulta da colposcopia. Esta conduta não é indicada para lesões de baixo grau.

3. Acompanhamento Médico Pós-Diagnóstico e Tratamento:

O seguimento é fundamental para garantir a eficácia do tratamento e detectar recidivas.

  • Após tratamento de NIC 2/3: O acompanhamento envolve citologia (e às vezes colposcopia) em intervalos definidos (ex: 6 e 12 meses após tratamento, depois anualmente). Se dois exames citopatológicos consecutivos forem negativos, a paciente pode retornar ao rastreamento de rotina trienal.
  • Seguimento de ASCUS ou LSIL/NIC 1 persistente (sem progressão para lesão de alto grau): Acompanhamento citológico a cada 6 ou 12 meses até normalização. Se dois exames consecutivos forem negativos, retorna-se ao rastreamento trienal.

Saúde Cervical Personalizada: Casos Especiais e Como Evitar Exames Desnecessários

A jornada pela saúde cervical é única, e a aplicação dos exames deve ser adaptada a circunstâncias individuais.

Ajustando o Cuidado: Situações Especiais

  • Pacientes Imunossuprimidas: Qualquer anormalidade no Papanicolau é indicação para colposcopia.
  • Gestantes: Papanicolau pode ser realizado normalmente. Colposcopia também, se necessária, com biópsias cautelosas e apenas se forte suspeita de invasão.
  • Pacientes Jovens (menores de 25 anos): Rastreamento com Papanicolau não recomendado antes dos 25 anos.
    • ASCUS em jovem: repetir Papanicolau em 3 anos.
    • ASC-H, LSIL ou HSIL em jovens: condutas específicas, geralmente envolvendo colposcopia.
  • Após Tratamentos Cervicais ou Histerectomia:
    • Pós-Histerectomia Total por Doença Benigna: Não há necessidade de continuar rastreamento se Papanicolau anteriores normais.
    • Pós-Histerectomia por Lesão Induzida pelo HPV: Acompanhamento com Papanicolau da cúpula vaginal deve continuar.
    • Pós-Conização: Papanicolau alterado indica necessidade de colposcopia.
    • Após Cirurgia Radical para Câncer de Colo Uterino: Seguimento pode necessitar mais que Papanicolau e colposcopia se houver sinais de doença residual.

Evitando Exames Desnecessários: Racionalidade no Cuidado

  • Papanicolau Normal: Colposcopia imediata geralmente não é necessária sem outros achados preocupantes.
  • Diagnóstico de Câncer de Colo Uterino Já Confirmado por Biópsia: Colposcopia geralmente não adiciona informações cruciais para o tratamento inicial.
  • Achados Claramente Benignos (ex: cistos de Naboth): Frequentemente não requerem biópsia.
  • Estratégia "Ver e Tratar": Em casos selecionados de lesão de alto grau, a biópsia prévia separada não é realizada.
  • HPV e Histerectomia: Presença de HPV não é indicação para histerectomia total.
  • Inadequação de Procedimentos:
    • Colposcopia não diagnostica cervicite.
    • Histeroscopia não investiga alterações no colo ou rastreia câncer cervical em casos de ASCUS com exame físico normal.
    • Eletrocoagulação do colo não deve ser feita em ASC-H sem investigação colposcópica completa.
    • Biópsia do colo não deve ser feita indiscriminadamente em ASCUS sem lesão visível ou achados colposcópicos suspeitos.

O Papanicolau é um exame de prevenção secundária. Seguir as diretrizes médicas e discutir com seu ginecologista são os melhores caminhos para um plano de cuidados cervicais completo e racional.


A saúde cervical é uma jornada contínua de cuidado e atenção. Compreender o Papanicolau e a colposcopia, suas indicações e o que os resultados significam, é fundamental para que você seja protagonista das suas escolhas em saúde. Lembre-se: a prevenção e o diagnóstico precoce são seus maiores aliados. Converse com seu médico, siga as orientações e cuide-se!

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