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Guia Completo

PEP e PrEP: O Guia Definitivo da Profilaxia ao HIV (Pré e Pós-Exposição)

Por ResumeAi Concursos
Antirretrovirais da PEP e PrEP formando um escudo protetor que neutraliza o vírus HIV.

Palavra do Editor: Por Que Este Guia é Essencial Para Você

No campo da saúde sexual, conhecimento é a nossa ferramenta mais poderosa de prevenção. Duas siglas, PEP e PrEP, representam uma verdadeira revolução na luta contra o HIV, mas a confusão entre elas ainda é comum e pode levar a decisões equivocadas em momentos cruciais. Este guia foi elaborado com o rigor de um editor médico para eliminar qualquer dúvida. Nosso objetivo é claro: desmistificar a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), capacitando você a entender exatamente o que são, para quem se destinam e como buscar a estratégia correta para sua proteção.

Desvendando as Siglas: A Diferença Fundamental entre PEP e PrEP

No universo da prevenção ao HIV, PEP e PrEP são ferramentas inovadoras que utilizam medicamentos antirretrovirais para impedir a infecção pelo vírus. Embora o objetivo seja o mesmo, elas funcionam em momentos distintos e atendem a propósitos completamente diferentes. Compreender essa distinção é o primeiro passo para o uso correto e eficaz.

A diferença fundamental reside no momento da intervenção:

  • PrEP (Profilaxia Pré-Exposição): É uma estratégia planejada e contínua, usada antes de uma possível exposição para reduzir o risco futuro de infecção. Pense nela como um escudo preventivo diário.
  • PEP (Profilaxia Pós-Exposição): É uma medida de urgência e pontual, usada depois de uma exposição de risco específica para tentar evitar que a infecção se instale. Funciona como um "freio de segurança" acionado em uma emergência.

É crucial entender que nem a PrEP nem a PEP curam o HIV ou servem como tratamento para quem já vive com o vírus. Antes de iniciar qualquer uma das profilaxias, é imprescindível realizar um teste de HIV para confirmar que a pessoa não está infectada, pois o uso incorreto pode levar ao desenvolvimento de resistência viral.

PEP: A Profilaxia de Emergência em Detalhes

A Profilaxia Pós-Exposição (PEP) é uma medida de urgência, uma corrida contra o tempo para prevenir a infecção pelo HIV após uma possível exposição ao vírus. Sua eficácia depende criticamente do início rápido e da correta avaliação do risco.

Quando a PEP é Indicada?

A PEP não é para qualquer situação. Sua indicação é criteriosa e reservada para exposições pontuais de risco elevado. Os principais cenários que justificam seu uso são:

  • Violência sexual: Toda vítima deve ser avaliada para a necessidade de PEP, sendo uma das indicações mais urgentes.
  • Relação sexual consensual desprotegida: Situações como o rompimento ou não uso do preservativo com uma pessoa cujo status sorológico para o HIV é desconhecido ou positivo.
  • Acidentes ocupacionais: Profissionais de saúde ou de outras áreas que sofrem acidentes com materiais biológicos potencialmente contaminados (ex: sangue, sêmen) através de perfurações por agulhas ou contato com mucosas.

Por ser uma medida de emergência, a PEP é contraindicada em casos de exposição crônica e repetida com a mesma parceria. Para essas situações, a abordagem correta é a discussão sobre estratégias de prevenção contínuas, como a PrEP.

A Janela de Tempo Crítica: As 72 Horas

O fator mais crítico para o sucesso da PEP é o tempo. A profilaxia deve ser iniciada o mais rápido possível após a exposição.

  • Início ideal: Nas primeiras 2 horas.
  • Limite máximo: Até 72 horas.

Após esse período, a PEP perde sua eficácia e não é mais recomendada. Cada hora conta.

O Protocolo: Medicação e Acompanhamento

Uma vez estabelecida a necessidade, inicia-se um protocolo médico rigoroso:

  1. Avaliação e Testagem Inicial: Um profissional de saúde avalia o risco e realiza um teste rápido de HIV para garantir que a pessoa exposta já não vivia com o vírus.
  2. Esquema Medicamentoso: O tratamento consiste no uso de uma combinação de três fármacos antirretrovirais (geralmente Tenofovir + Lamivudina + Dolutegravir) por 28 dias ininterruptos. A adesão rigorosa é fundamental para o sucesso.
  3. Acompanhamento e Testagem Final: O acompanhamento médico continua após os 28 dias. Para confirmar que a infecção não ocorreu, a testagem para HIV deve ser repetida em 30 e 90 dias após a exposição. Somente um resultado negativo no teste final confirma o sucesso da profilaxia.

PrEP: A Prevenção Contínua e Planejada

Enquanto a PEP atua na emergência, a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) é uma poderosa estratégia de prevenção contínua. Trata-se do uso diário de medicamentos antirretrovirais por pessoas que não vivem com o HIV, mas que se encontram em uma situação de maior vulnerabilidade à infecção.

Para Quem a PrEP é Indicada?

A PrEP é recomendada para qualquer pessoa com risco aumentado de adquirir o HIV. A indicação não se baseia em rótulos, mas em contextos de vulnerabilidade, que incluem:

  • Gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), pessoas trans e trabalhadores(as) do sexo.
  • Pessoas que têm relações sexuais frequentes sem o uso de preservativo.
  • Pessoas em parcerias sexuais com alguém que vive com HIV e não está com a carga viral indetectável.
  • Quem apresenta histórico de episódios recorrentes de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) ou uso repetido de PEP.

Eficácia e a Importância da Prevenção Combinada

A PrEP utiliza uma combinação de dois fármacos (tenofovir + entricitabina) em um único comprimido diário. Quando utilizada de forma correta e consistente, reduz o risco de infecção pelo HIV por via sexual em mais de 99%.

No entanto, a PrEP não protege contra outras ISTs como sífilis, gonorreia e clamídia. Por isso, seu uso deve fazer parte de uma estratégia de prevenção combinada, que inclui o uso de preservativos e a testagem regular para outras infecções.

Como Iniciar e Manter a PrEP: O Protocolo

O processo para iniciar a PrEP é estruturado para garantir segurança e eficácia:

  1. Consulta e Testagem Inicial: O primeiro passo é uma consulta médica. É obrigatório realizar um teste de HIV (com resultado negativo), além de exames para outras ISTs e para avaliação da função renal.
  2. Prescrição e Adesão: Com a elegibilidade confirmada, o profissional de saúde prescreve a medicação de uso diário. A adesão consistente é a chave para a proteção.
  3. Acompanhamento Contínuo: O uso da PrEP exige um compromisso com o cuidado. Consultas de seguimento ocorrem a cada 3 ou 4 meses para repetir o teste de HIV, rastrear outras ISTs, monitorar a função renal e renovar a receita.

Aplicações e Cuidados Adicionais

PEP durante a Gestação

A gestação não é uma contraindicação para a PEP. Pelo contrário, em uma situação de risco, a profilaxia é fortemente recomendada para proteger a saúde da gestante e reduzir drasticamente o risco de transmissão do vírus para o feto. Os esquemas utilizados são considerados seguros para a mãe e o bebê.

Profilaxia Pós-Exposição para Hepatite B

A avaliação após um evento de risco vai além do HIV. Para a Hepatite B (HBV), também existe uma profilaxia pós-exposição, indicada para pessoas não vacinadas ou que não responderam à vacina. Ela combina a aplicação de Imunoglobulina Humana Anti-Hepatite B (HBIg) com o início (ou reforço) do esquema vacinal. É importante notar que não existe profilaxia pós-exposição (PEP) para a Hepatite C.

PrEP para Adolescentes

Expandindo o acesso à prevenção, a PrEP já é uma realidade para populações mais jovens. No Brasil, ela pode ser indicada para adolescentes a partir de 15 anos e com peso mínimo de 35 kg que se encontrem em situação de risco aumentado para o HIV, representando uma valiosa ferramenta de proteção que deve ser discutida com um profissional de saúde.


De Ferramentas a Aliadas: O Poder da Informação

Compreender a diferença entre PEP e PrEP é mais do que decorar siglas; é um ato de autocuidado e responsabilidade. A PEP é sua rede de segurança para emergências, uma ação rápida e decisiva após um risco. A PrEP é seu escudo diário, uma estratégia planejada para quem vive um contexto de maior vulnerabilidade. Ambas são conquistas da ciência que, aliadas ao uso de preservativos e ao diálogo aberto, transformam a maneira como nos protegemos do HIV. A informação correta, aliada à orientação profissional, é o que transforma essas ferramentas em verdadeiras aliadas da sua saúde.

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