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Guia Completo

Placenta Prévia: Fatores de Risco, Sinais de Alerta, Complicações e Cuidados Essenciais

Por ResumeAi Concursos
Placenta prévia: útero em corte sagital, placenta baixa cobrindo o orifício cervical interno.

A jornada da gestação é um período de transformações e expectativas, mas também um momento que exige atenção e informação de qualidade. No nosso compromisso de trazer clareza sobre temas cruciais para a saúde materno-fetal, este guia completo sobre Placenta Prévia foi cuidadosamente elaborado. Entender esta condição, seus fatores de risco, os sinais que não podem ser ignorados, as possíveis complicações e, fundamentalmente, os cuidados necessários, é o primeiro passo para uma gravidez mais segura e tranquila. Convidamos você a mergulhar neste conteúdo essencial, preparado para empoderar gestantes e seus familiares com conhecimento vital.

O Que é Placenta Prévia? Entendendo Definições, Tipos e Diferenças Fundamentais

A placenta é um órgão temporário, porém essencial, que se desenvolve no útero durante a gravidez. Sua principal função é fornecer oxigênio e nutrientes ao feto em crescimento, além de remover resíduos. Normalmente, a placenta se fixa na parte superior ou lateral do útero, bem distante do canal de parto. Contudo, quando essa implantação ocorre de forma diferente, podemos estar diante de uma placenta prévia.

O que define a Placenta Prévia?

A placenta prévia é uma condição obstétrica definida pela implantação da placenta no segmento inferior do útero. Essa localização faz com que a placenta se posicione de forma a recobrir total ou parcialmente o orifício interno do colo do útero (OIC) – a abertura do útero para a vagina – ou, em alguns casos, quando sua borda placentária se encontra a menos de 2 centímetros de distância deste orifício.

Este diagnóstico é tipicamente estabelecido por meio de exames de ultrassonografia, geralmente após a 28ª semana de gestação, como será detalhado adiante. O motivo para essa avaliação mais tardia é que, em fases mais precoces da gravidez, a placenta pode parecer baixa, mas "subir" conforme o útero se expande – um fenômeno conhecido como "migração placentária". Uma das manifestações clínicas mais características da placenta prévia é o sangramento vaginal, cujos detalhes serão abordados na seção sobre sinais de alerta.

Classificação e Distinções Importantes: Tipos de Placenta Prévia e Inserção Baixa

A relação exata da placenta com o orifício interno do colo do útero (OIC) determina sua classificação, o que é crucial para o planejamento do acompanhamento e do parto. A ultrassonografia transvaginal é o método mais preciso para essa avaliação.

  • Placenta Prévia Total (ou Centro-Total): Nesta forma, a placenta recobre completamente o OIC. É a apresentação que mais frequentemente se associa a complicações e, geralmente, indica a necessidade de parto por cesariana.
  • Placenta Prévia Parcial: Aqui, a placenta recobre parcialmente o OIC.
  • Placenta Prévia Marginal: A borda da placenta atinge exatamente a margem do OIC, mas não o recobre de forma significativa.

É fundamental também entender a Placenta de Inserção Baixa (Low-Lying Placenta):

  • Placenta de Inserção Baixa: Nesta condição, a borda da placenta está localizada no segmento inferior do útero, a uma distância inferior a 2 centímetros (ou 20 mm) do OIC, mas sem atingi-lo ou recobri-lo.
    • Embora a definição mais ampla de placenta prévia possa, por vezes, englobar placentas muito próximas ao OIC (a menos de 2 cm), é importante distinguir:
      • Placenta Prévia (Total, Parcial, Marginal): Envolve o toque ou recobrimento, mesmo que parcial, do OIC pela placenta.
      • Placenta de Inserção Baixa: A placenta está próxima, mas não há contato direto com o OIC.
    • Essa distinção é vital, pois a conduta e o prognóstico podem variar. Placentas cuja borda inferior dista mais de 2 cm (20 mm) do OIC são consideradas de inserção normal (normoinserta).

Distinguindo de Outras Condições

O sangramento durante a gestação pode ter diversas causas. Por isso, é importante diferenciar a placenta prévia de outras condições:

  • Ameaça de Abortamento:

    • Período Gestacional: A principal diferença é o momento da ocorrência. A ameaça de abortamento acontece antes da 20ª semana de gestação, enquanto a placenta prévia manifesta-se tipicamente na segunda metade da gravidez.
    • Características: Embora ambas possam cursar com sangramento, na ameaça de abortamento, este pode vir acompanhado de cólicas, e o diagnóstico se baseia na idade gestacional e nos achados ultrassonográficos de uma gestação ainda em evolução.
  • Outras condições raras, como o aneurisma placentário (dilatações anormais dos vasos sanguíneos na placenta) ou a placenta membranosa (vilosidades coriônicas espalhadas difusamente), possuem apresentações clínicas e relevância distintas, diferenciando-se da placenta prévia pela sua natureza e relação com o OIC.

Compreender o que é a placenta prévia e seus tipos é o primeiro passo para um acompanhamento pré-natal cuidadoso. A seguir, abordaremos os sinais de alerta que merecem atenção imediata.

Sinais de Alerta da Placenta Prévia: Quando Procurar Ajuda Médica Imediatamente?

Reconhecer precocemente os sinais de alerta da placenta prévia é crucial para garantir a segurança da mãe e do bebê. O principal sinal, e o mais clássico, é o sangramento vaginal.

Este sangramento possui características bastante específicas que ajudam a diferenciá-lo de outras causas:

  • Indolor: Geralmente, o sangramento ocorre sem dor abdominal ou cólicas significativas. Esta é uma marca distintiva da placenta prévia.
  • Vermelho Vivo: A cor do sangue é tipicamente vermelho rutilante, vivo, indicando sangue fresco.
  • Início Súbito e Sem Causa Aparente: O sangramento costuma começar de repente, sem um fator desencadeante óbvio, como um trauma ou esforço físico intenso.
  • Intermitente e Recorrente: É comum que o sangramento cesse espontaneamente (autolimitado), apenas para retornar dias ou semanas depois. Muitas vezes, os episódios de sangramento tendem a se tornar progressivamente mais intensos ou frequentes à medida que a gestação avança.
  • Ocorrência Tardia na Gestação: Embora possa ocorrer a partir do final do segundo trimestre, é mais comum no terceiro trimestre da gestação, especialmente após a 28ª semana.

Outros achados clínicos importantes que podem acompanhar o sangramento na placenta prévia incluem:

  • Tônus Uterino Normal: Ao contrário de outras condições, como o descolamento prematuro da placenta (DPP), o útero geralmente permanece relaxado e indolor à palpação entre os episódios de sangramento. Pode haver contrações, mas o tônus basal do útero costuma ser normal.
  • Vitalidade Fetal Inicialmente Preservada: Um aspecto tranquilizador, mas que não deve diminuir a urgência, é que, na maioria dos casos, especialmente nos primeiros episódios de sangramento leve a moderado, a vitalidade fetal (movimentos e batimentos cardíacos do bebê) costuma estar preservada. O bebê geralmente não demonstra sinais de sofrimento imediatos, a menos que o sangramento seja muito volumoso e comprometa a estabilidade hemodinâmica materna.

Atenção: Embora o sangramento indolor seja o sintoma predominante, em uma minoria de casos (cerca de 10 a 20%), a placenta prévia pode se manifestar com dor abdominal e contrações uterinas. Essa apresentação pode gerar confusão diagnóstica com o descolamento prematuro de placenta (DPP), tornando a avaliação médica ainda mais crucial para o diagnóstico diferencial correto.

A Mensagem Mais Importante: Qualquer episódio de sangramento vaginal durante a segunda metade da gestação deve ser considerado uma emergência médica até que se prove o contrário. Ao identificar sangramento vaginal vermelho vivo, mesmo que indolor e em pequena quantidade, procure avaliação médica imediata. Não espere para ver se o sangramento para sozinho ou se outros sintomas aparecem. A avaliação por um profissional de saúde é fundamental para diagnosticar a causa do sangramento, avaliar o bem-estar da mãe e do feto, e instituir os cuidados necessários para proteger ambas as vidas.

Fatores de Risco para Placenta Prévia: Quem Está Mais Suscetível e o Que Evitar?

Compreender os fatores que podem predispor uma gestante ao desenvolvimento da placenta prévia é fundamental para um acompanhamento pré-natal mais atento. Acredita-se que alterações na vascularização e na capacidade do revestimento uterino de acolher a placenta adequadamente estão na raiz do problema, levando a uma implantação mais baixa.

Identificar precocemente as gestantes com maior risco para placenta prévia é crucial. Diversos elementos podem aumentar essa probabilidade:

  • Cesárea Anterior: O Principal Fator de Risco O histórico de parto cesáreo anterior é o fator de risco mais significativo. A presença de uma cicatriz no útero pode interferir na implantação da placenta. Quanto maior o número de cesáreas prévias, maior o risco de desenvolver placenta prévia e de complicações como o acretismo placentário (aderência anormal da placenta à parede uterina), que será discutido adiante.

  • Histórico de Placenta Prévia: Ter apresentado placenta prévia em uma gestação anterior aumenta consideravelmente a chance de a condição se repetir.

  • Idade Materna Avançada: Mulheres com 35 anos ou mais apresentam um risco aumentado.

  • Multiparidade: Ter tido múltiplas gestações anteriores também é um fator a ser considerado.

  • Procedimentos Uterinos Anteriores: Qualquer cirurgia ou procedimento que deixe cicatrizes ou altere a cavidade uterina, como curetagem uterina ou miomectomia (remoção de miomas).

  • Gestação Múltipla (Gemelaridade): A presença de mais de um feto aumenta a área placentária necessária, podendo levar a uma implantação mais baixa.

  • Tabagismo: O hábito de fumar durante a gestação é um fator de risco importante e modificável. Acredita-se que a hipoxemia (baixa oxigenação) causada pelo cigarro favoreça a implantação anômala.

  • Outros Fatores: Também são citados, com peso variável: tratamento para infertilidade, uso de drogas ilícitas (como cocaína), residir em altitudes elevadas e abortamento prévio (especialmente se seguido de curetagem).

É importante notar que condições como hipertensão arterial crônica são fatores de risco conhecidos para descolamento prematuro de placenta (DPP), mas não diretamente para placenta prévia, embora alguns fatores como idade materna avançada possam ser comuns a diferentes complicações.

Desmistificando Informações: O Que NÃO Está Associado à Placenta Prévia

Para evitar preocupações desnecessárias, é fundamental esclarecer que obesidade, primigestação (primeira gestação), candidíase, diabetes, cistos ovarianos, isoimunização Rh, oligodrâmnia, infecção urinária no primeiro trimestre, uso de anticonvulsivantes, consumo moderado de álcool (embora deva ser evitado na gestação) e sedentarismo não são considerados fatores de risco diretos para placenta prévia.

O Que Pode Ser Feito?

Embora muitos fatores de risco não sejam modificáveis, o tabagismo se destaca como um alvo importante para intervenção. Parar de fumar é benéfico por inúmeras razões durante a gestação. Conhecer esses fatores permite que a equipe de saúde identifique gestantes que necessitam de um olhar mais atento e de exames de imagem direcionados.

Complicações da Placenta Prévia: Riscos Potenciais para a Mãe e o Bebê

A placenta prévia, mesmo com acompanhamento adequado, carrega o potencial para complicações sérias que podem afetar tanto a mãe quanto o bebê.

Hemorragia Materna Significativa: O Perigo Iminente

A complicação mais direta é a hemorragia materna. Devido à implantação baixa da placenta, os vasos sanguíneos são vulneráveis. O sangramento pode ser súbito, indolor, intermitente ou contínuo, e em alguns casos, volumoso, levando à anemia grave, choque hipovolêmico e necessidade de transfusões. O risco é alto no terceiro trimestre e durante o trabalho de parto.

Acretismo Placentário: Quando a Placenta se Fixa Demais

Uma das complicações mais graves é o acretismo placentário, onde a placenta se adere anormalmente à parede uterina, podendo invadir o músculo (miométrio).

  • Placenta Acreta: Fixação direta ao miométrio.
  • Placenta Increta: Invasão do miométrio.
  • Placenta Percreta: Atravessa o miométrio, podendo atingir órgãos adjacentes.

Fatores de Risco para Acretismo Placentário: O risco é significativamente aumentado pela combinação de placenta prévia e histórico de cesáreas anteriores. Outros fatores incluem cirurgias uterinas prévias, idade materna avançada (> 35 anos), multiparidade, Síndrome de Asherman, e tratamento de infertilidade (FIV).

Consequências do Acretismo: A principal consequência é a hemorragia maciça no parto, pois a placenta não se separa adequadamente. Isso pode levar a Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD), choque, necessidade de histerectomia periparto (remoção do útero), e, em casos graves, morte materna. O acretismo cervical é uma variante preocupante em casos de placenta prévia total.

Parto Prematuro: Um Nascimento Antes da Hora

A placenta prévia é uma causa importante de parto prematuro (antes de 37 semanas). A antecipação do parto pode ser necessária devido a sangramento materno grave ou para evitar complicações hemorrágicas do trabalho de parto. A prematuridade expõe o recém-nascido a desafios de curto prazo (desconforto respiratório, infecções) e de longo prazo (atrasos no desenvolvimento, doenças crônicas). Gestantes com placenta prévia e outros fatores de risco para prematuridade necessitam de um pré-natal de alto risco.

Vasa Prévia: Um Risco Silencioso para os Vasos Fetais

Menos comum, a vasa prévia ocorre quando vasos sanguíneos fetais desprotegidos cruzam as membranas sobre ou próximo ao orifício interno do colo uterino. O perigo é a ruptura desses vasos durante a ruptura da bolsa amniótica ou trabalho de parto, resultando em sangramento agudo de origem fetal, que pode ser rapidamente catastrófico para o bebê. O diagnóstico pré-natal por ultrassonografia é crucial.

A identificação precoce e o manejo especializado dessas complicações são essenciais.

Diagnóstico, Acompanhamento e Cuidados Essenciais na Gestação com Placenta Prévia

A identificação e o manejo adequado da placenta prévia são cruciais. Uma vez suspeita, a confirmação diagnóstica e o planejamento cuidadoso são essenciais.

O Diagnóstico Preciso: A Ultrassonografia como Aliada

O diagnóstico definitivo da placenta prévia é realizado, preferencialmente, por meio da ultrassonografia transvaginal. Este exame permite visualizar com clareza a localização da placenta em relação ao orifício interno do colo do útero. Considera-se placenta prévia quando, após a 28ª semana de gestação, a placenta recobre total ou parcialmente este orifício, ou se encontra a menos de 2 centímetros dele. Antes desse período, a placenta ainda pode "migrar" para uma posição mais alta, fenômeno conhecido como migração placentária.

Acompanhamento Pré-Natal Especializado: Vigilância Constante

Uma gestação com diagnóstico de placenta prévia é classificada como de alto risco, implicando um acompanhamento pré-natal mais intensivo, com consultas e exames frequentes para monitorar a saúde materna e o bem-estar fetal (crescimento, líquido amniótico, e se necessário, perfil biofísico e Doppler). Em casos de sangramentos significativos, a internação hospitalar pode ser recomendada.

Cuidados Essenciais Durante a Gestação: Minimizando Riscos

Para gestantes com placenta prévia, algumas recomendações são fundamentais:

  • Repouso: Reduzir atividades físicas intensas; repouso pélvico pode ser indicado.
  • Abstinência Sexual: Relações sexuais devem ser evitadas.
  • Evitar Esforços: Atividades que envolvam carregar peso ou fazer força são desaconselhadas.
  • Atenção Máxima: Contraindicação Absoluta do Exame de Toque Vaginal! O toque vaginal é formalmente contraindicado, pois pode desencadear hemorragia grave. Qualquer avaliação cervical, se estritamente necessária, deve ser feita com extrema cautela, preferencialmente por exame especular ou ultrassonografia.

Planejamento do Parto: Priorizando a Segurança Materno-Fetal

A via de parto é, na maioria das vezes, a cesariana eletiva.

  • Indicação de Cesariana:

    • Placenta Prévia Total: Cesariana é indicação absoluta.
    • Outros Tipos de Placenta Prévia: Mesmo em casos de placenta prévia parcial, marginal ou de inserção baixa (a menos de 2cm do orifício interno), a cesariana é frequentemente a via mais segura, especialmente com histórico de sangramentos.
    • A indução do trabalho de parto é contraindicada.
  • Momento Ideal para a Cesariana Eletiva: Geralmente, programa-se entre a 36ª e a 37ª semana de gestação em casos assintomáticos. Em situações de sangramento volumoso e incontrolável, instabilidade materna ou sofrimento fetal, a cesariana de emergência pode ser necessária em qualquer idade gestacional. Se a gestante estiver estável, com feto prematuro e sangramento leve, pode-se optar por conduta expectante hospitalar, com corticoides para maturação pulmonar fetal.

O manejo da placenta prévia exige uma equipe multidisciplinar experiente e um planejamento individualizado.


Compreender a placenta prévia é um passo fundamental para uma gestação mais segura. Desde a sua definição e os fatores que aumentam a sua ocorrência, passando pelo reconhecimento dos sinais de alerta que exigem atenção médica imediata, até o conhecimento das possíveis complicações e dos cuidados essenciais, cada informação compartilhada aqui visa fortalecer você e sua família. Lembre-se, o acompanhamento médico regular e especializado é o seu maior aliado.

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