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Guia Completo

Reanimação Neonatal: Guia Completo da Avaliação aos Passos Essenciais

Por ResumeAi Concursos
**Ambu neonatal estéril com máscara facial, crucial para os passos da reanimação neonatal.**

A reanimação neonatal representa um dos momentos mais desafiadores e decisivos na prática médica. Cada segundo conta, e a capacidade de agir com precisão e conhecimento pode definir o futuro de uma nova vida. Este guia foi meticulosamente elaborado para servir como uma referência robusta e atualizada, capacitando profissionais de saúde a dominar desde a avaliação imediata do recém-nascido até os passos essenciais e intervenções avançadas. Nosso objetivo é transformar conhecimento em confiança, para que, diante da criticidade, sua atuação seja não apenas eficaz, mas salvadora.

O Momento Crítico: Avaliação Imediata do Recém-Nascido ao Nascer

O nascimento marca uma transição fisiológica monumental para o recém-nascido (RN), da vida intrauterina para a extrauterina. A avaliação inicial, realizada imediatamente após o parto, é um procedimento crítico para determinar a vitalidade e condição clínica do RN, orientando os cuidados necessários e a possível indicação de reanimação. Este é o primeiro passo para garantir uma adaptação bem-sucedida.

A equipe de saúde na sala de parto deve estar preparada para responder rapidamente, baseando sua avaliação em três perguntas chave, que devem ser respondidas de forma ágil e precisa:

  1. O RN tem idade gestacional (IG) ≥ 34 semanas? Esta pergunta ajuda a definir a diretriz de reanimação a ser utilizada, pois RNs prematuros têm particularidades.
  2. O RN respira ou chora? Avalia o esforço respiratório espontâneo, um sinal primordial de vitalidade.
  3. O RN apresenta bom tônus muscular? Um bom tônus, geralmente em flexão, indica vigor e resposta neurológica adequada. A hipotonia, por outro lado, pode ser um sinal de alerta.

Um mnemônico útil para estas perguntas é "ReTuíte 34x" (Respiração/Tônus e Idade gestacional ≥ 34 semanas).

A conduta é diretamente definida pelas respostas a estas perguntas:

  • Se TODAS as respostas forem "SIM": O RN é considerado vigoroso. A conduta recomendada é colocá-lo em contato pele a pele com a mãe e realizar o clampeamento tardio do cordão umbilical, idealmente entre 1 a 3 minutos após o nascimento. Não há necessidade de encaminhar o RN para a mesa de reanimação.
  • Se a resposta para a pergunta sobre respiração/choro OU sobre tônus muscular for "NÃO": O RN é considerado não vigoroso e necessita de intervenção imediata. Independentemente da idade gestacional, deve-se iniciar prontamente os passos da reanimação neonatal.

Neste contexto, surge o conceito do "Minuto de Ouro". Este refere-se ao primeiro minuto de vida do RN, um período crítico. Os passos iniciais da reanimação devem ser realizados em até 30 segundos, para que, se a ventilação com pressão positiva (VPP) for necessária, ela seja iniciada antes dos 60 segundos de vida. A ventilação pulmonar eficaz neste primeiro minuto é o procedimento mais importante e impacta diretamente o prognóstico, reduzindo a morbimortalidade.

É fundamental entender o papel e as limitações do Índice de Apgar. Embora seja uma ferramenta valiosa, o Apgar, avaliado no 1º e 5º minutos de vida (e subsequentemente a cada 5 minutos até 20 minutos se permanecer <7), não deve ser usado para determinar a necessidade de iniciar a reanimação neonatal, nem para guiar os passos iniciais. Sua função é avaliar a resposta do RN às manobras de reanimação e sua condição geral. A decisão de reanimar é baseada na avaliação imediata da respiração, frequência cardíaca (avaliada após os passos iniciais, se necessário) e tônus. Parâmetros como a cor do RN (a cianose periférica pode ser normal inicialmente) ou a presença de mecônio no líquido amniótico (se o RN for vigoroso) também não são critérios para iniciar a reanimação.

Durante a transição neonatal, o RN pode apresentar alguns distúrbios respiratórios, como a Taquipneia Transitória do Recém-Nascido (TTRN), uma condição geralmente benigna relacionada ao atraso na absorção do líquido pulmonar fetal. Embora o diagnóstico diferencial seja importante no seguimento, a avaliação inicial e a decisão de reanimar focam-se estritamente nos sinais de alerta que indicam a necessidade de suporte ventilatório e circulatório imediato.

Portanto, a avaliação imediata ao nascer é um divisor de águas, exigindo da equipe médica e de enfermagem precisão, agilidade e conhecimento das diretrizes para garantir o melhor desfecho para cada recém-nascido.

Os Primeiros Passos para Salvar Vidas: Protocolo Inicial de Reanimação Neonatal

Quando a avaliação inicial indica que um recém-nascido (RN) não está vigoroso, a conduta inicial na reanimação neonatal é acionada. Estes passos, realizados de forma rápida e precisa dentro do "Minuto de Ouro", são cruciais para restabelecer as funções cardiorrespiratórias e prevenir as consequências da asfixia perinatal.

Prontidão Salva Vidas: Preparo do Material e Ambiente

A necessidade de reanimação pode surgir inesperadamente. Por isso, é imperativo que o material e preparo para reanimação neonatal estejam completos e verificados em todos os partos. Isso inclui uma fonte de calor radiante pré-aquecida, equipamentos para aspiração, ventilação (balão autoinflável e máscaras faciais de tamanhos adequados), material para intubação traqueal e acesso a medicações. A sala de parto deve ter sua temperatura ambiente controlada (idealmente entre 23-26°C), pois a prevenção da hipotermia começa antes mesmo do nascimento.

A Sequência Dourada: Os Passos Iniciais (Primeiros 30-60 Segundos)

Se a avaliação inicial indicar a necessidade de reanimação, a conduta para o RN deprimido começa imediatamente:

  1. Clampeamento Imediato do Cordão e Transporte: Para RNs com idade gestacional (IG) ≥ 34 semanas que necessitam de reanimação, pode-se tentar um breve estímulo tátil no dorso (fricção suave, no máximo duas vezes) ainda junto à mãe, se isso não atrasar o início da ventilação. Em seguida, o cordão umbilical é clampeado imediatamente, e o RN é levado rapidamente para a mesa de reanimação, previamente aquecida e sob uma fonte de calor radiante.

  2. Prover Calor, Secar (quando indicado) e Prevenir Hipotermia: A manutenção da normotermia é vital.

    • Para RNs com IG ≥ 34 semanas: Ao serem colocados sob a fonte de calor radiante, são rapidamente secos com campos aquecidos; os campos úmidos são descartados e uma touca é colocada. A secagem também serve como estimulação tátil.
    • Para RNs com IG < 34 semanas: São colocados sob a fonte de calor radiante e, sem secar o corpo (apenas a face pode ser delicadamente seca, se necessário), são imediatamente envolvidos em um saco plástico transparente e estéril (cobrindo do pescoço para baixo) e uma touca dupla é colocada.
  3. Posicionar a Via Aérea (A de Airway): A cabeça do bebê é colocada em leve extensão (posição de "cheirar o ar" ou "sniffing position"). Um coxim sob os ombros pode auxiliar, evitando hiperextensão ou flexão excessiva.

  4. Aspirar Vias Aéreas (Se Necessário): Realizada apenas se houver obstrução óbvia por secreções. Se indicada, boca primeiro, seguida pelas narinas (mnemônico "B antes de N"), de forma delicada e rápida. A aspiração rotineira não é recomendada.

  5. Estimulação Tátil Adicional (Breve): Se o RN não respondeu à secagem (para os ≥ 34 semanas) ou ao manuseio inicial e continua sem respiração eficaz, toques leves nas plantas dos pés ou fricção suave no dorso podem ser realizados por no máximo 5-10 segundos. Não perder tempo com estimulação prolongada se a ventilação for prioritária.

Reavaliação Imediata e o ABC da Reanimação

Após esses cuidados, idealmente concluídos nos primeiros 30 segundos, a equipe avalia:

  • Frequência Cardíaca (FC): Auscultada no precórdio ou palpada na base do cordão. Objetivo: FC > 100 batimentos por minuto (bpm).
  • Padrão Respiratório: Observar se há respiração espontânea, regular e eficaz, ou apneia/gasping.

Essa avaliação dita os próximos passos, seguindo o ABC da Reanimação Neonatal:

  • A (Airway - Via Aérea): Mantida pérvea pelo posicionamento e aspiração seletiva.
  • B (Breathing - Respiração): Se, após os passos iniciais, o RN estiver em apneia, com gasping, ou se a FC estiver < 100 bpm, a Ventilação com Pressão Positiva (VPP) deve ser iniciada imediatamente.
  • C (Circulation - Circulação): Se a FC permanecer < 60 bpm apesar de uma VPP adequada e eficaz (geralmente por 30 segundos, com movimentos torácicos visíveis), iniciam-se as compressões torácicas coordenadas com a VPP.

A reavaliação da FC e da respiração é contínua após cada intervenção, guiando a progressão no algoritmo. O objetivo primordial é restaurar a oxigenação e a perfusão tecidual o mais rápido e eficientemente possível.

Suporte Ventilatório Essencial: Dominando a Ventilação com Pressão Positiva (VPP)

A ventilação pulmonar é o passo mais crucial na reanimação da maioria dos recém-nascidos (RN) que não respondem aos passos iniciais. Quando um neonato apresenta apneia, respiração irregular (gasping) ou frequência cardíaca (FC) inferior a 100 batimentos por minuto (bpm) após os passos iniciais, a Ventilação com Pressão Positiva (VPP) é a intervenção prioritária para estabelecer a troca gasosa, expandir os pulmões e reverter a hipóxia e a bradicardia.

A Técnica Correta da VPP: Balão e Máscara

A VPP é mais comumente iniciada utilizando um balão autoinflável (ambu) e uma máscara facial de tamanho apropriado, assegurando uma vedação hermética.

  • Concentração Inicial de Oxigênio (FiO₂):
    • Para RNs com idade gestacional ≥ 34 semanas, iniciar com ar ambiente (21% de oxigênio).
    • Para RNs prematuros (< 34 semanas), considerar iniciar com 21-30% de oxigênio, ajustando conforme a resposta e monitoramento.
  • Frequência e Pressão: Administrar a uma frequência de 40 a 60 movimentos por minuto. A pressão inspiratória deve ser suficiente para promover a elevação visível e suave do tórax.
  • Ciclo Inicial e Reavaliação: Realize VPP por 30 segundos. Imediatamente após, reavalie FC e respiração. Se não houver melhora, revise a técnica de VPP (mnemônico MR. SOPA: Máscara, Reposicionar via aérea, Sucção, Open mouth/boca aberta, Pressão aumentada, Alternativa de via aérea).

O Papel do Oxigênio e o Monitoramento com Oximetria de Pulso

  • Oximetria de Pulso: Instalar um oxímetro de pulso no membro superior direito (pré-ductal) o mais rápido possível para monitorar a saturação de oxigênio (SatO₂) e FC, guiando os ajustes na FiO₂.
  • Metas de Saturação: A SatO₂ alvo aumenta progressivamente nos primeiros minutos de vida (ex: 60-65% ao 1º min, até 85-95% aos 10 min).
  • Ajuste da FiO₂: Se a FC não aumentar ou a SatO₂ permanecer abaixo do alvo apesar de VPP eficaz, a FiO₂ pode ser gradualmente aumentada.
  • Atenção: A oferta de oxigênio inalatório isoladamente não é eficaz em RN em apneia ou com respiração inadequada e não substitui a VPP.

Manejando a Bradicardia e Problemas Respiratórios Persistentes: Próximos Passos

A resposta à VPP inicial dita os próximos passos:

  • Se FC ≥ 100 bpm e respiração espontânea efetiva: Suspender VPP. Monitorar. Se desconforto respiratório com FC > 100 bpm, CPAP neonatal pode ser uma opção.
  • Se FC entre 60 e 99 bpm após 30 segundos de VPP eficaz: Continuar VPP, reavaliar técnica (MR. SOPA) e expansão torácica. Considerar aumentar FiO₂.
  • Se FC < 60 bpm após 30 segundos de VPP eficaz com técnica correta:
    1. Garanta uma via aérea avançada: Considerar intubação orotraqueal ou máscara laríngea.
    2. Após 30 segundos de VPP eficaz por via aérea avançada, se a FC ainda estiver < 60 bpm, inicie as compressões torácicas coordenadas com a VPP (geralmente com FiO₂ a 100% durante as compressões).
  • Respiração espontânea ausente ou inadequada persistente, apesar da VPP com máscara: Intubação orotraqueal ou máscara laríngea são indicadas.

Dominar a VPP é uma habilidade fundamental. Uma ventilação eficaz e oportuna é frequentemente a intervenção isolada mais importante.

Quando o Coração Precisa de Ajuda: Massagem Cardíaca na Reanimação Neonatal

Quando a ventilação assistida não é suficiente e a frequência cardíaca (FC) do recém-nascido persiste perigosamente baixa (< 60 bpm) apesar de pelo menos 30 segundos de ventilação com pressão positiva (VPP) eficaz (preferencialmente com via aérea avançada estabelecida), a massagem cardíaca torna-se essencial para manter a circulação e a perfusão dos órgãos vitais.

A Técnica Correta: Como Realizar as Compressões?

  • Localização: No terço inferior do esterno, logo abaixo da linha intermamilar, evitando o apêndice xifoide.
  • Método Preferencial: Técnica dos Dois Polegares: Os dois polegares sobre o esterno, com os demais dedos circundando o tórax para suporte dorsal. Gera melhor pressão de perfusão e é menos cansativa.
  • Método Alternativo: Técnica dos Dois Dedos: Indicador e médio (ou médio e anelar) perpendicularmente sobre o esterno. Considerada uma exceção.
  • Profundidade: Deprimir o esterno em aproximadamente um terço do diâmetro anteroposterior do tórax, permitindo retorno completo entre as compressões.

Coordenação com a Ventilação: Um Ritmo para a Vida

A massagem cardíaca deve ser sincronizada com a ventilação na relação de 3 compressões para 1 ventilação (3:1). Este ciclo visa fornecer aproximadamente 90 compressões e 30 ventilações por minuto (120 eventos). A equipe deve trabalhar em harmonia.

Duração do Ciclo e Reavaliação Contínua

Realizar compressões e ventilação por ciclos de 60 segundos. Após cada ciclo, pausar brevemente para:

  1. Reavaliar a FC (estetoscópio ou palpação do cordão).
  2. Revisar a técnica de ventilação e compressão.

Se a FC permanecer < 60 bpm, retomar o ciclo. Se a FC subir para ≥ 60 bpm, interromper as compressões, mas continuar a ventilação assistida até respiração espontânea eficaz e FC > 100 bpm. Medicações podem ser consideradas se necessário.

Intervenções Avançadas e Medicações: Elevando o Nível da Reanimação

Quando a VPP e as compressões torácicas não restabelecem a vitalidade do recém-nascido, são necessárias intervenções avançadas, exigindo precisão e conhecimento técnico.

Garantindo uma Via Aérea Definitiva: Intubação Traqueal e Aspiração

A intubação traqueal é indicada se a VPP com máscara facial não for efetiva (persistência de apneia, respiração irregular ou FC < 100 bpm). Antes, revise e corrija a técnica da máscara. A máscara laríngea é uma alternativa. Após a intubação, mantenha VPP por mais 30 segundos e reavalie FC e respiração. O monitoramento cardiorrespiratório contínuo (idealmente com ECG) é essencial.

A aspiração traqueal não é rotineira, mesmo com líquido amniótico meconial em RN vigorosos. Pode ser considerada após intubação e início da VPP se houver suspeita de obstrução por mecônio espesso e ventilação não efetiva.

O Papel das Medicações: Quando e Como Utilizar

As medicações são a última etapa, reservadas para quando VPP e compressões coordenadas não surtiram efeito. As principais são adrenalina e soro fisiológico 0,9% (expansor de volume). Outras, como bicarbonato de sódio ou atropina, não são rotineiramente indicadas na sala de parto.

Adrenalina: A Medicação Chave na Persistência da Bradicardia

  • Indicações: FC < 60 bpm após, no mínimo, 30 segundos de VPP eficaz (preferencialmente via tubo traqueal) e 60 segundos de compressões torácicas coordenadas com VPP.
  • Vias de Administração:
    • Endovenosa (EV): Preferencial (via veia umbilical).
    • Endotraqueal (ET): Uma única vez enquanto se tenta acesso EV (absorção mais lenta e imprevisível).
    • Intraóssea (IO): Alternativa se acesso EV não for rápido.
  • Dosagem e Preparo: Usar diluição de 1:10.000 (1 mL de adrenalina 1:1.000 + 9 mL de soro fisiológico 0,9%).
    • Dose EV/IO: 0,01 a 0,03 mg/kg (0,1 a 0,3 mL/kg da solução 1:10.000).
    • Dose ET: 0,05 a 0,1 mg/kg (0,5 a 1 mL/kg da solução 1:10.000). Repetir a cada 3-5 minutos, se necessário (preferencialmente EV/IO).

Manejo Geral da Parada Cardiorrespiratória Neonatal

A progressão é: 1. Vias aéreas e Ventilação; 2. Compressões Torácicas; 3. Medicações (Adrenalina). O monitoramento contínuo é vital. Uma sonda orogástrica pode descomprimir o estômago se VPP com máscara for prolongada.

Diretrizes Atuais, Cuidados Pós-Reanimação e Organização da Equipe

A reanimação neonatal exige conhecimento atualizado das diretrizes, preparo técnico e equipe coordenada. No Brasil, as práticas são norteadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), com atualizações importantes (ex: 2016).

Destaques das Diretrizes da SBP

  • Líquido Amniótico Meconial: A avaliação da vitalidade do RN (3 perguntas) é prioritária, independentemente do aspecto do líquido. A aspiração traqueal em RN com mecônio tornou-se seletiva. O foco é a ventilação eficaz.
  • Ventilação: Para RN com IG ≥ 34 semanas, a VPP, se indicada (FC < 100 bpm, apneia ou respiração irregular), deve ser iniciada com ar ambiente.

Cuidados Essenciais Pós-Reanimação

Após uma reanimação, os cuidados pós-ressuscitação (PCR) são cruciais:

  • Garantir oxigenação e ventilação adequadas.
  • Suporte à perfusão e função cardiovascular.
  • Correção de desequilíbrios ácido-base e eletrolíticos.
  • Manutenção da glicemia.
  • Controle direcionado da temperatura: evitar hipertermia; hipotermia terapêutica pode ser considerada em casos selecionados de asfixia (RN ≥ 36 semanas).
  • Analgesia e sedação. O transporte do recém-nascido para UTIN deve ser feito com o RN estabilizado, em incubadora aquecida.

Interrupção das Manobras de Reanimação

A decisão é complexa:

  • SBP sugere considerar interrupção após 10 minutos de assistolia apesar de manobras adequadas.
  • ETCO2 < 10 mmHg por > 20 minutos com RCP adequada é mau prognóstico.
  • Não suspender prematuramente. Ausência de retorno da circulação espontânea (ROSC) após 10-20 minutos de reanimação avançada tem alto risco de óbito/sequelas.

Aspectos Éticos e Organização da Equipe

Dilemas éticos surgem em prematuridade extrema ou malformações graves. A discussão com a família é crucial, idealmente compartilhando a decisão de interromper a reanimação, se apropriado, após cerca de 20 minutos de esforços avançados.

A organização da equipe é vital:

  • Dimensionar equipe conforme risco de asfixia.
  • Definir papéis antecipadamente.
  • Pelo menos um profissional treinado em reanimação presente no parto.
  • Ao identificar PCR, chamar ajuda imediatamente.
  • A proporção de compressões/ventilações na reanimação neonatal é 3:1. Com via aérea avançada, as compressões podem ser contínuas (100-120/min) e as ventilações a cada 2-3 segundos (correspondendo a 40-60/min), sem necessidade de sincronia estrita para pausar as compressões para cada ventilação.

Considerações sobre COVID-19

A SBP, até o momento, não recomenda alterações significativas no fluxograma de reanimação neonatal para RN filhos de mães com COVID-19.

  • VPP, se necessária, deve ser iniciada com balão autoinflável e máscara facial.
  • Não há indicação de IOT precoce ou CPAP nasal como método inicial de escolha para reanimação. O CPAP nasal não é uma etapa da reanimação, mas suporte para desconforto respiratório.

Dominar estas diretrizes é essencial para garantir o melhor cuidado nos momentos mais críticos da vida de um recém-nascido.


Dominar a reanimação neonatal é um pilar da assistência perinatal. Desde a avaliação inicial precisa, passando pelos passos sequenciais de suporte ventilatório e circulatório, até as intervenções avançadas, cada ação coordenada e baseada em evidências aumenta exponencialmente as chances de um desfecho favorável. Este guia buscou consolidar os conhecimentos fundamentais, reforçando a importância da prontidão, da técnica apurada e do trabalho em equipe.

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