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Guia Completo

Queimaduras: Guia Completo de Graus, Tipos, Tratamento e Primeiros Socorros

Por ResumeAi Concursos
Camadas da pele (epiderme, derme, hipoderme) e a profundidade atingida por queimaduras de 1º, 2º e 3º graus.

As queimaduras são lesões que podem variar de um pequeno incômodo a emergências médicas devastadoras. Saber identificar sua gravidade, entender os diferentes tipos e, crucialmente, conhecer os primeiros socorros corretos pode fazer uma diferença vital no prognóstico e na recuperação. Este guia completo foi elaborado por nossa equipe editorial para capacitar você com informações claras e precisas, desmistificando desde a resposta inicial do corpo até as opções de tratamento e as estratégias de prevenção. Nosso objetivo é que, ao final desta leitura, você se sinta mais preparado para agir com segurança e eficácia diante de uma queimadura, protegendo a si mesmo e aos que estão ao seu redor.

Desvendando as Queimaduras: O Que São e Como Afetam Sua Pele

Uma queimadura é uma lesão na pele ou em outros tecidos orgânicos, resultante da exposição a agentes térmicos (calor ou frio extremo), químicos, elétricos, radioativos ou por fricção. Compreender a natureza dessas lesões e como elas desencadeiam uma cascata de eventos no nosso corpo é fundamental para o manejo adequado e para minimizar suas consequências.

Nossa pele é um órgão vital, uma barreira protetora composta por três camadas principais:

  1. A epiderme: a camada mais externa, responsável pela proteção inicial e pela renovação celular.
  2. A derme: a camada intermediária, rica em vasos sanguíneos, terminações nervosas (que nos dão a sensação de dor e tato), folículos pilosos e glândulas (sudoríparas e sebáceas).
  3. A hipoderme (ou tecido subcutâneo): a camada mais profunda, composta principalmente por gordura, que atua como isolante térmico e reserva de energia.

A profundidade da lesão é um fator crítico na determinação da gravidade de uma queimadura. Ela define quais camadas da pele foram atingidas e, consequentemente, a capacidade de regeneração, o tipo de cicatrização e o tratamento necessário.

A Resposta Imediata do Corpo: Inflamação e Alterações Vasculares

Quando a pele sofre uma agressão, o corpo inicia uma resposta fisiológica imediata e complexa. Um dos primeiros eventos é a resposta vasoativa: o tecido lesado libera mediadores inflamatórios como citocinas, prostaglandinas e radicais livres de oxigênio.

Essas substâncias provocam:

  • Vasodilatação: os vasos sanguíneos próximos à lesão se dilatam.
  • Aumento da permeabilidade vascular: as paredes dos vasos se tornam mais "porosas".

Esses efeitos levam ao extravasamento de plasma (a parte líquida do sangue) e proteínas para o espaço entre as células, resultando no edema (inchaço) característico da área queimada. Este é o início do processo inflamatório agudo, uma tentativa do corpo de remover o agente agressor, limpar o tecido danificado e iniciar o reparo. Esse processo inflamatório também pode causar aumento da temperatura corporal em pacientes queimados.

O impacto tecidual varia drasticamente com a profundidade. Lesões superficiais podem cicatrizar sem sequelas, enquanto queimaduras profundas que destroem todas as camadas da pele perdem a capacidade de regeneração espontânea e, se não tratadas com enxertos, evoluem com cicatrizes significativas. Queimaduras de espessura total circunferenciais em membros ou tronco podem levar à síndrome compartimental, uma emergência causada pela compressão de vasos e nervos pela pele queimada rígida e pelo inchaço, exigindo uma incisão cirúrgica (escarotomia) para aliviar a pressão.

É importante notar que as queimaduras químicas têm um mecanismo particular, onde o dano é causado por reações químicas diretas que alteram o pH e desnaturam proteínas celulares, diferentemente do calor como principal agente nas queimaduras térmicas.

Classificando a Severidade: Os Graus de Queimadura Detalhados

Compreender a profundidade de uma queimadura é um passo determinante no diagnóstico e tratamento. As lesões são classificadas em diferentes graus, dimensionando a severidade do dano tecidual e orientando a estratégia terapêutica.

Queimadura de Primeiro Grau: A Agressão Mais Superficial

  • Camadas Atingidas: Afeta exclusivamente a epiderme.
  • Características Clínicas: Manifesta-se por vermelhidão (eritema) intensa, dor e, frequentemente, leve inchaço. Crucialmente, não há formação de bolhas. Um exemplo comum é a queimadura solar leve.
  • Sensibilidade e Dor: A pele fica sensível e dolorosa ao toque.
  • Relevância Clínica: Geralmente não é contabilizada no cálculo da Superfície Corporal Queimada (SCQ) para decisões críticas como internação. Sua cicatrização costuma ser completa, sem deixar sequelas.

Queimadura de Segundo Grau: Quando o Dano Atinge a Derme

Também conhecida como queimadura de espessura parcial, penetra na derme. Sua apresentação e prognóstico variam conforme a profundidade atingida:

  • Queimadura de Segundo Grau Superficial:

    • Profundidade: Envolve toda a epiderme e a porção mais superficial da derme.
    • Aparência e Sintomas: Forma bolhas (flictenas) com líquido claro. A base da lesão, se a bolha for removida, é vermelha viva, brilhante, úmida e empalidece quando pressionada, indicando circulação preservada.
    • Sensibilidade e Dor: São lesões extremamente dolorosas, pois as terminações nervosas estão expostas.
    • Cicatrização: Tendem a cicatrizar em 7 a 21 dias, geralmente sem cicatrizes significativas, embora possam ocorrer alterações na pigmentação.
  • Queimadura de Segundo Grau Profunda:

    • Profundidade: Atinge mais profundamente a derme.
    • Aparência e Sintomas: As bolhas podem se romper facilmente, revelando uma base de rósea pálida a esbranquiçada ou mosqueada. A superfície pode ser menos brilhante e mais seca.
    • Sensibilidade e Dor: A dor pode ser menos intensa ou ausente em certas áreas, devido à destruição de mais terminações nervosas.
    • Cicatrização: Mais lenta (geralmente mais de 21 dias), com risco considerável de cicatrizes hipertróficas e contraturas. Frequentemente necessitam de cirurgia (enxertos de pele).

Queimadura de Terceiro Grau: Destruição em Espessura Total

Denominada queimadura de espessura total, destrói completamente a epiderme e a totalidade da derme, podendo atingir o tecido subcutâneo.

  • Aparência: A pele pode apresentar-se esbranquiçada (nacarada), marrom-escura, carbonizada (enegrecida) ou com textura semelhante a couro (coriácea). A superfície é tipicamente seca, dura e inelástica. Não há bolhas. Podem ser visíveis vasos sanguíneos trombosados.
  • Sensibilidade e Dor: Caracteristicamente ausência de dor (anestesia) na área central devido à destruição das terminações nervosas. Dor sentida geralmente origina-se das bordas com queimaduras de menor grau.
  • Cicatrização: Não possuem capacidade de regeneração espontânea satisfatória. O tratamento é invariavelmente cirúrgico, com remoção da escara e enxertos de pele.

Queimadura de Quarto Grau: Atingindo Estruturas Profundas

Representam o nível mais extremo, onde a lesão se aprofunda além da pele e do tecido subcutâneo, comprometendo fáscias, músculos, tendões e até ossos.

  • Aparência: Área geralmente carbonizada, com exposição e necrose dos tecidos profundos.
  • Sensibilidade e Dor: Completamente indolores na área de destruição total.
  • Gravidade e Causas: Lesões de prognóstico reservado, frequentemente resultantes de queimaduras elétricas de alta voltagem, contato prolongado com chamas ou agentes químicos muito agressivos. O tratamento é complexo, podendo envolver amputações.

A identificação precisa do grau da queimadura é a chave para um planejamento terapêutico eficaz, influenciando desde os cuidados imediatos até a reabilitação a longo prazo.

Tipos de Queimaduras: Causas Comuns e Suas Particularidades

Além da profundidade, as queimaduras são categorizadas pelo agente causador. Compreender essas diferenças é fundamental, pois cada tipo tem particularidades no mecanismo de lesão, riscos e manejo.

1. Queimaduras Térmicas: As mais comuns, resultantes do contato com fontes de calor (chamas, líquidos escaldantes, superfícies quentes, vapor). Ocorrem frequentemente em ambiente doméstico.

2. Queimaduras Elétricas: Particularmente traiçoeiras e sempre graves. A corrente elétrica gera calor ao atravessar o corpo, causando lesões complexas.

  • Características Clínicas: Apresentam pontos de entrada e saída da corrente. A lesão visível na pele frequentemente subestima o dano interno extenso em músculos, nervos e vasos sanguíneos, que pode se manifestar tardiamente.
  • Riscos e Complicações:
    • Rabdomiólise: Necrose muscular com liberação de mioglobina, podendo causar insuficiência renal aguda.
    • Síndrome Compartimental: Inchaço muscular comprimindo vasos e nervos.
    • Lesões Traumáticas Associadas: Quedas podem causar fraturas ou outros traumas.
    • Arritmias Cardíacas.
  • Manejo Específico: Requerem hidratação agressiva, monitorização cardíaca e, frequentemente, transferência para Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ).

3. Queimaduras Químicas: Resultam do contato com substâncias corrosivas ou irritantes (ácidos, álcalis). Álcalis (soda cáustica) tendem a ser mais graves, penetrando mais profundamente.

  • Manejo Inicial Específico: Remoção imediata de roupas contaminadas e irrigação copiosa da área afetada com água corrente por um período prolongado (pelo menos 20-30 minutos). Em alguns casos (pó de cal seco), remover o pó antes de irrigar.
  • Queimadura Química Ocular: Emergência oftalmológica grave. Exige irrigação ocular imediata e contínua com soro fisiológico ou água por pelo menos 30 minutos, antes mesmo do transporte ao hospital. A gravidade varia e pode levar a danos permanentes à visão.

4. Queimaduras por Radiação: Causadas por radiação ionizante (radioterapia, acidentes nucleares) ou não ionizante (luz solar intensa – queimadura solar, camas de bronzeamento).

  • Queimadura Solar Grave: Pode levar a sintomas sistêmicos (febre, calafrios, náuseas), além de bolhas extensas.

Considerações Adicionais:

  • Lesão Inalatória: Queimaduras faciais, em pescoço, ou ocorridas em ambientes fechados (com inalação de fumaça) levantam alta suspeita de lesão das vias aéreas, uma complicação grave que necessita de manejo especializado imediato.

Primeiros Socorros para Queimaduras: Ação Rápida que Faz a Diferença

Agir rapidamente e corretamente nos primeiros momentos de uma queimadura pode limitar a progressão da lesão, minimizar danos, aliviar a dor e ser vital.

Os Primeiros Passos Cruciais: Interrompendo a Agressão

  1. Segurança Primeiro: Afaste a vítima da fonte de calor, eletricidade ou produto químico. Em caso de fogo, abafe as chamas. Se for queimadura elétrica, desligue a corrente antes de tocar na pessoa.
  2. Avaliação Inicial (ABC): Verifique consciência e respiração. Suspeita de lesão por inalação (queimaduras em ambientes fechados, fuligem no rosto, rouquidão) é uma emergência. Chame o SAMU (192) imediatamente. A via aérea segura é prioritária.
  3. Remova Roupas e Adornos: Retire com cuidado roupas e joias da área queimada ou próxima, devido ao risco de inchaço. Importante: Não remova roupas grudadas na pele.

Resfriamento: Alívio Imediato e Essencial (para Queimaduras Térmicas)

  • Água Corrente Fria (não gelada!): Coloque a área queimada sob água corrente fria (temperatura ambiente, entre 8°C e 25°C) por pelo menos 20 minutos. Isso alivia a dor, reduz o inchaço e limita a profundidade da lesão. Inicie o mais rápido possível.
  • Cuidado com a Hipotermia: Em queimaduras extensas, crianças ou idosos, o resfriamento prolongado pode causar hipotermia. Monitore e, se necessário, use compressas limpas e frias, trocando-as frequentemente. Nunca use gelo diretamente.

Protegendo a Área Queimada

Após o resfriamento (ou se não indicado, como em algumas queimaduras químicas antes da neutralização específica, ou em grandes extensões):

  • Cobertura Limpa e Seca: Cubra a queimadura com gaze esterilizada ou um pano limpo que não solte fiapos. Para queimaduras extensas, como medida temporária, pode-se usar filme plástico de cozinha (sem apertar).
  • O que NÃO fazer:
    • Não aplique gelo diretamente.
    • Não use manteiga, óleo, pasta de dente, borra de café ou remédios caseiros.
    • Não fure as bolhas. Se romperem, limpe suavemente com água e sabão neutro e cubra.

Situações Específicas: Como Agir?

  • Queimaduras Químicas: Irrigue a área afetada com água corrente em abundância, imediatamente, por pelo menos 20-30 minutos. Remova roupas contaminadas. Informe o produto químico à equipe médica.
  • Queimaduras Elétricas: Sempre graves, exigem atendimento médico urgente. Desligue a fonte de energia antes de tocar na vítima. Procure por lesões de entrada e saída.
  • Queimaduras Solares: Resfrie a pele com banhos frios ou compressas úmidas. Hidrate com loções pós-sol suaves. Beba bastante água. Analgésicos (paracetamol, ibuprofeno) podem aliviar. Queimaduras solares graves (muitas bolhas, febre, calafrios) necessitam de avaliação médica.

Alívio da Dor: O resfriamento inicial já alivia. Analgésicos de venda livre podem ser usados para dores leves a moderadas. Dores intensas requerem atendimento médico para analgesia mais potente.

Lembre-se: os primeiros socorros são cruciais, mas não substituem a avaliação médica especializada, especialmente em queimaduras sérias.

Tratamento Médico e Manejo de Queimaduras: Do Alívio da Dor à Cicatrização

O tratamento médico de uma queimadura é multifacetado, visando aliviar o sofrimento, prevenir complicações e promover a melhor cicatrização.

Alívio da Dor: Prioridade no Cuidado ao Queimado

A dor é intensa, especialmente nas queimaduras de segundo grau superficial.

  • Analgesia potente: Inicialmente, opioides potentes (fentanil, morfina) são usados, preferencialmente por via endovenosa para ação rápida.
  • Prioridades: Em caso de comprometimento das vias aéreas, a garantia de uma via aérea segura precede a analgesia.

Prevenção e Tratamento de Infecções: Uma Batalha Contínua

A pele queimada é vulnerável a infecções.

  • Sinais de alerta: Secreção com odor fétido, aprofundamento da lesão, celulite ao redor.
  • Estratégias: Controle rigoroso de infecção, terapia antimicrobiana tópica (ex: sulfadiazina de prata), desbridamento (remoção de tecido necrosado), curativos oclusivos e, se necessário, antibióticos sistêmicos.

Cuidados com a Ferida: Promovendo a Regeneração Tecidual

O tratamento local visa um ambiente ótimo para cicatrização.

  • Limpeza: Suave, com sabão líquido e água ou soro fisiológico.
  • Queimaduras de segundo grau superficial: Geralmente cicatrizam bem com curativos oclusivos não aderentes, membranas porosas de celulose, placas de hidrocoloide ou Ácidos Graxos Essenciais (AGE).
  • Queimaduras de segundo grau profundo e terceiro grau: Frequentemente necessitam de tratamento cirúrgico, como excisão tangencial (remoção de tecido queimado) seguida de enxertia de pele.

Manejo de Queimaduras Específicas e Complicações

  • Queimaduras de Terceiro Grau nas Mãos: Podem necessitar de escarotomia para aliviar a compressão neurovascular. São indicação para internação em unidade especializada.
  • Sindactilia Pós-Queimadura: Fusão dos dedos, tratada cirurgicamente.
  • Sequelas Tardias: Contratura, cordões cicatriciais, queloides.

Quando Hospitalizar ou Transferir para Unidades Especializadas?

Critérios para internação ou tratamento em Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) incluem:

  • Profundidade e Extensão (SCQ): Qualquer queimadura de terceiro grau; queimaduras de segundo grau maiores que 10% da SCQ (adultos 10-50 anos) ou 5% (crianças <10 anos, adultos >50 anos).
  • Localização Crítica: Face, mãos, pés, períneo/genitália, grandes articulações, circunferenciais.
  • Tipo de Queimadura: Químicas significativas, elétricas (especialmente alta voltagem).
  • Condições Associadas: Lesão inalatória, traumas maiores, comorbidades significativas.
  • "Grandes Queimados": SCQ > 20-25% (varia com idade). Transferência de grandes queimados com risco de comprometimento de via aérea pode indicar intubação precoce.

Queimaduras Graves: Complicações, Sinais de Alerta e Estratégias de Prevenção

Queimaduras graves podem levar a complicações sérias. Compreendê-las, reconhecer sinais de alerta e adotar medidas preventivas são cruciais.

Complicações Potenciais de Queimaduras Graves

  • Choque por Queimadura e Resposta Sistêmica: Queimaduras >20% SCQ desencadeiam resposta inflamatória sistêmica, com extravasamento de fluidos, levando ao choque hipovolêmico (hipotensão, taquicardia, oligúria). Terapia hídrica vigorosa (reposição de fluidos IV) é crucial nas primeiras horas.
  • Isquemia, Queimaduras Circunferenciais e Síndrome Compartimental: Queimaduras circunferenciais (especialmente de 3º grau) formam uma escara inelástica. O edema subjacente aumenta a pressão, podendo obstruir o fluxo sanguíneo (isquemia) e levar à síndrome compartimental. Sinais de alerta incluem dor intensa e progressiva e parestesia (formigamento/dormência) na extremidade. Requer escarotomia urgente. Queimaduras cervicais circunferenciais podem obstruir vias aéreas, exigindo intubação precoce.
  • Infecção: Principal causa de mortalidade tardia em grandes queimados. Risco maior com exposição de tecidos profundos.

Sinais de Alerta: Quando Procurar Ajuda Médica Urgente

  • Extensão significativa (2º grau >10% SCQ em adultos, ou >5-10% em crianças/idosos; qualquer 3º grau).
  • Localização crítica (face, mãos, pés, genitais, períneo, grandes articulações, circunferenciais).
  • Suspeita de lesão inalatória (fuligem nas narinas/boca, rouquidão, queimadura em ambiente fechado).
  • Sinais de choque (palidez, pele fria, confusão, pulso rápido/fraco).
  • Sinais de isquemia em membros (dor intensa, palidez, ausência de pulso distal, formigamento).
  • Todas as queimaduras elétricas, químicas significativas.
  • Exposição de tecidos profundos (músculo, osso).
  • Sintomas sistêmicos graves (febre alta, calafrios, vômitos, confusão).
  • Vítimas com risco aumentado (crianças <5 anos, idosos, doenças preexistentes graves).
  • Qualquer dúvida sobre a gravidade.

Fatores que Determinam a Gravidade de uma Queimadura

  • Profundidade (grau).
  • Extensão (% SCQ, avaliada pela "Regra dos Noves" em adultos ou diagrama de Lund-Browder).
  • Localização (face, vias aéreas, mãos, pés, genitália, períneo, grandes articulações são críticas).
  • Idade (crianças e idosos são mais vulneráveis).
  • Agente causal (térmicas, químicas – álcalis mais graves, elétricas, radiação).
  • Presença de lesão por inalação (piora prognóstico).
  • Comorbidades e lesões associadas.

Estratégias de Prevenção: O Melhor Remédio

A maioria das queimaduras é evitável.

  • Segurança no ambiente doméstico:
    • Cozinha: Cabos de panelas virados para dentro; cuidado com líquidos quentes. Escaldadura é comum em crianças <5 anos.
    • Banheiro: Teste a temperatura da água do banho.
    • Eletricidade: Não sobrecarregue tomadas; use protetores; substitua fios danificados.
    • Materiais inflamáveis: Mantenha longe de crianças e calor.
    • Detectores de fumaça.
  • Cuidados com populações vulneráveis:
    • Crianças: Supervisão constante. Atenção a sinais de queimaduras não acidentais (maus-tratos): padrões nítidos (luva/meia), em áreas cobertas, múltiplas lesões, história inconsistente, atraso na busca por ajuda. Queimaduras perineais/glúteas em crianças são altamente suspeitas.
    • Idosos: Adaptações no ambiente.
  • Prevenção de queimaduras solares: Protetor solar, roupas de proteção, evitar sol intenso.

Compreender a gravidade potencial e adotar uma postura proativa na prevenção são essenciais. Em caso de queimadura grave, a busca por atendimento médico especializado e imediato é fundamental.


Este guia ofereceu um panorama completo sobre queimaduras, desde sua identificação e classificação até os primeiros socorros, tratamentos e, fundamentalmente, as estratégias de prevenção. Estar bem informado é o primeiro passo para agir com segurança e eficácia, minimizando riscos e promovendo uma recuperação mais rápida e completa. Lembre-se que, em situações de queimaduras graves ou quando houver qualquer dúvida, a avaliação médica profissional é indispensável.

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